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O otimismo de quem está com a bola nos pés
- 21/11/2011Segundo órgãos oficiais, os investimentos para a Copa não se limitam a mudanças estruturais na cidade, mas envolve toda uma mobilização social
Por Daniela Pinocci e Vitor Andrade
Os governos estadual e municipal acreditam que a Copa do Mundo de Futebol de 2014 deixará legados estruturais e sociais. Espera-se que com o evento haja mais capacitação de mão de obra e geração de emprego, por exemplo. Segundo Márcio Lima, coordenador de Promoção e Eventos da Secretaria Estadual para Assuntos da Copa da Bahia (Secopa), serão gerados cerca de dois mil empregos diretos e indiretos na Arena Fonte Nova, quando estiver em funcionamento.
Para capacitar a população, o governo do estado trabalha com a lógica de “território da Copa”. Bairros serão escolhidos, a partir da reivindicação feita pelos habitantes, para receberem ações de capacitação de pessoas com cursos de hospitalidade e idiomas, além de outros projetos que vão funcionar para a competição.
“Esse sistema de ‘território da Copa’ vai ser replicado também na ONG de Tonho Matéria, que fica no Pau Miúdo [Associação Cultural de Capoeira Mangangá] e em outros bairros onde nós já começamos a dialogar com as organizações e agremiações”, afirma Márcio Lima. Mas ele não garante que as pessoas que forem qualificadas serão direcionadas para uma vaga de emprego.
O Candeal é o primeiro a integrar o projeto por meio da Associação Pracatum de Ação Social (APAS), presidida por Carlinhos Brown, que assinou um Termo de Cooperação Técnica com o Sebrae-Bahia. Na comunidade, vai ser implantado o sistema de hospedagem “Cama e café”, no qual um habitante do bairro hospeda um visitante e oferece a ele somente o café da manhã e o dormitório.
Mas, para isso, a população deve se mobilizar e ir às autoridades competentes para que estas possam saber as suas necessidades. Porém, o mobilizador social de Periperi, Nilton Júnior, não vê a população animada para isso. “A população não participa de coisa nenhuma, ela não está muito organizada. Apenas alguns líderes comunitários que se organizam. Ela só está preocupada em dançar pagode”, afirma.
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