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O pioneirismo de Carlos Costa
- 20/11/2011Conheça a trajetória do atleta angolano que veio fazer história no hóquei do Brasil e da Bahia
Ainda em uma Angola colonizada pelos portugueses, Carlos Costa, por influência do seu pai, um grande incentivador do hóquei local, conheceu aos 10 anos o esporte que mudaria o curso de sua vida. Costa praticou até aos 17 anos o hóquei no país africano, se tornando campeão Nacional, mas a guerra civil acabou provocando a sua vinda para o Brasil, em 1974. Ele afirma com convicção que a prática de hóquei foi muito importante para a vida dele. “O esporte que pratico desde criança teve grande influência em tudo o que sou hoje”, diz.
Aos 18 anos começou a jogar em São Paulo, estado que, segundo Costa, sempre apoiou bastante o esporte através dos grandes clubes paulistas. “Passei por Portuguesa de Esportes, São Paulo Futebol Clube e Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), onde iniciei uma trajetória como professor e técnico”, conta.
Em 1982 Costa passou a morar em Salvador e logo começou a jogar no Clube Português da Bahia, que durante a sua existência sempre teve esta modalidade, além da patinação artística. Mas foi no ano de 86 que Costa conquistou o seu primeiro campeonato na Bahia, disputando a final pelo Vitória contra o Clube Espanhol. E foi o time rubro negro que conquistou o título que até hoje é um marco na história do esporte baiano.
Em 1988 Costa volta para São Paulo, e em 1994, aproveitando a época de modismo no Brasil dos patins em linha, patins com rodas em fileira que se usam hoje, fundou o São Bernardo Hóquei Clube. “Realizei um sonho até então inimaginável, ao fundar um clube só para esportes sobre patins, e que existe até hoje com conquistas importantes, não só no hóquei como também nas corridas sobre patins”, diz. Nesse clube, que tem o apoio da prefeitura local, Costa , além de fundador, foi atleta e diretor de esportes até o ano 2000. Durante esse tempo só se dedicou a esse trabalho e conseguiu se tornar um profissional do esporte, até então ele só havia sido um amador. “Neste período tive a honra de representar o Brasil como atleta e auxiliar técnico em dois Mundiais da modalidade, após ter obtido a dupla Nacionalidade Brasileira.”, conta.
Devido a questões pessoais o angolano voltou para Salvador em 2001, onde encontrou o grupo do Vento Norte, o representante do hóquei soteropolitano, nas palavras do próprio Costa. “A equipe nunca vai deixar de existir, mas o que precisamos mesmo é de um clube que nos dê apoio para praticar oficialmente o esporte”, diz. Para ele, só assim o Vento Norte poderia praticar em condições que sejam ideais à disputa de campeonatos fora da Bahia.