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O usado is the new black: brechós online aumentam em redes sociais

Mariana Jorge e Melissa Pereira - 03/10/2018

Por Mariana Jorge e Melissa Pereira

Em boa parte do mundo a venda de artigos usados é uma prática recorrente. Existem lojas que vendem todo tipo de coisas: de roupas a itens decorativos, móveis e eletrodomésticos. Mas a partir do surgimento de sites especializados e uso de redes sociais para negociações informais, a internet tem contribuído para um forte crescimento desse setor.

Este ano, um dos principais portais de vendas online de moda de segunda mão do mundo, o ThredUP, publicou um estudo onde analisa a situação global deste setor e seus planos futuros. As estimativas indicam que, neste momento, o mercado de venda de usados move mais de 20.000 milhões dólares em todo o mundo, com expectativa de multiplicação por dois em 2022, superando 40.000 milhões. No Brasil, dados do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) apontam que o número de micro e pequenas empresas deste ramo é maior que 13 mil.

A crise econômica brasileira é um fator determinante para o crescimento do mercado, colocando a alternativa do microempreendedorismo como uma estratégia de sobrevivência na crise. Isso tem contribuído – e muito – para o crescimento de brechós online no Instagram. A rede social tem sido o principal espaço para compra em brechós online, de acordo com o site especializado Tecmundo. Ela possui mais de 1 bilhão de usuários ativos por mês. Em Salvador, onde a cultura dos brechós sempre foi presente nos bairros da cidade, a alternativa de migrar para as redes tem sido uma opção muito comum.

Leia mais: brechós de Instagram vendem roupas em segundos

Esse é o caso do Brecholê (@brechole). O brechó, que começou em casa, se tornou uma loja física no bairro do Rio Vermelho e também possui versão online no Instagram com mais de 14 mil seguidores. Na opinião de Marcele Nogueira, vendedora da loja, as redes dão mais comodidade para a compra e ampliam as vendas. “Às vezes a peça tem muito tempo aqui na loja física e quando a gente posta foto na internet vende mais rápido”, relata.

Fizemos um vídeo-mapa que ensina como chegar no Brecholê e em mais três brechós que possuem tanto versão online quanto física. Os brechós selecionados se encontram no bairro do Rio Vermelho e você pode segui-los pelo Instagram em @modera.co, @sarastrobrecho e @vanabrecho.  Assista:

CONSUMO CONSCIENTE

Uma das possíveis causas para o sucesso deste fenômeno é a procura por uma opção mais ecológica de consumo para reduzir a poluição no planeta, visto que a indústria da moda é uma das mais poluidoras do mundo. Além disso, também há polêmicas em torno do trabalho escravo financiado por essa indústria.

A ONG Repórter Brasil construiu no ano de 2016 um aplicativo que avalia as ações que as principais empresas do setor da moda vêm tomando para evitar que as suas peças sejam produzidas por mão de obra escrava. Atualmente o app avalia 119 empresas, dando notas sobre a política interna, o monitoramento feito, a transparência das informações e o histórico na relação com o trabalho escravo. 

Segundo dados da Organização Mundial do Trabalho e do Ministério do Trabalho e da Previdência Social, divulgados pela revista Exame, estima-se que há em torno de 161.100 pessoas em situação análoga à escravidão no Brasil, colocando o país na 51ª posição entre os países com mais vítimas em relação à população brasileira. Quase 2 mil estabelecimentos foram inspecionados no país entre os anos de 1995 até 2015, resgatando mais de 49 mil pessoas encontradas realizando trabalho forçado. O valor pago pelas empresas autuadas, entre 2000 e 2015, é de 96 milhões de reais. 

Para Thaís Ziberman, estudante de publicidade e dona do Brechó Barganhei (@barganhei), iniciar um brechó online também surgiu com a perspectiva de influenciar as pessoas sobre o consumo consciente. Na opinião da estudante, a procura por peças em brechós está atrelada a opção de fazer uma compra mais barata e com a preocupação sobre a indústria da moda. 

“A preocupação em relação ao consumo consciente está diretamente ligada aos impactos sociais e ambientais negativos de uma produção frenética de novas peças. [Isso] tem levado as pessoas a esta nova forma de consumo”, opina. 

Construímos um infográfico com dicas para você montar uma guarda-roupa mais sustentável, inspirado na matéria construída pelo Believe Earth

 

BRECHÓS PARA TODOS OS ESTILOS E TODOS OS BOLSOS

Encontrar peças mais baratas e bem cuidadas é um dos principais motivos para comprar em brechós, mas não o único. No Instagram é possível encontrar brechós que vão desde aqueles que possuem peças de valor mais acessível até os mais caros, como os brechós de “luxo”, que vendem peças de grifes usadas ou novas, ou até mesmo brechós temáticos que montam conceitos, ensaios fotográficos e trabalham com recortes de década.

Listamos aqui alguns dos principais brechós de Salvador para quem quer fazer uma compra mais barata ou comprar uma peça de grife.

VINTAGE

O brechó online @bossinbrecho tem uma coleção só de roupinhas vintage para quem quiser montar seu look. O preço das peças varia de R$ 5,00 a R$ 100,00.

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Boss In Brechó (@bossinbrecho) em

LUXO

O brechó @brechodastres funciona com hora marcada e tem uma grande seleção de peças de grife. Os valores das peças são mais caros em relação a outros brechós.

 
 
 
 
 
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❌VENDIDO❌

Uma publicação compartilhada por BRECHÓ DAS 3⃣ (@brechodastres) em

NO PRECINHO

Para quem quer uma opção mais em conta, o @brechodas_pretas tem uma variedade de peças de até no máximo R$ 20,00. 

 

EXTRATOUR PELA CIDADE

A Barroquinha é um dos bairros clássicos da cidade com um grande números de brechós, sendo um dos principais lugares para garimpar peças mais baratas em Salvador. Fizemos um pequeno tour mostrando alguns brechós do bairro, assista:

 

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