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O vinho transforma o hábito do baiano
- 06/06/2011O interesse pela bebida impulsiona o enoturismo no estado, um mercado que pode dar certo
Por Leonardo Pastor e Naiá Braga
“Em Salvador, há dez anos a procura era bem pequena. Cresceu muito, assustadoramente. As pessoas estão se aperfeiçoando, bebem um vinho hoje, amanhã outro. Fazem reunião com os amigos”, é o que conta An
a Andrade, sub-diretora da loja Perini da Vasco da Gama. Andrade é responsável pelo setor de vinhos e trabalha na adega há 14 anos, mas somente há dez anos notou mudanças significativas no consumo na capital baiana. Já para Vevé Bragança, sommelier e consultor em Gastronomia e Vinhos, a procura por vinhos é expressiva na cidade, apesar das pessoas ainda consumirem o que ele chama de vinhos “rasos”, especialmente os de garrafão que seriam, na verdade, resíduo de uva sem fermentação. Bragança afirma ainda que há o preconceito em Salvador quando as pessoas consomem vinhos adocicados. Segundo ele, escolher vinhos doces não significa não entender da bebida, mas sim, possuir um paladar adaptado ao que é produzido no país. Bragança lembra ainda que os vinhos secos são produzidos, geralmente, em países europeus.
Questionado sobre o crescimento do enoturismo no estado, o sommelier afirma que a Bahia ainda carece de uma infraestrutura adequada para este tipo de turismo especializado. Em 2009, os então secretários de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli, e de Pernambuco, Silvio Costa Filho, anunciaram um plano para o desenvolvimento do enoturismo na região do Vale do São Francisco, com ênfase nas cidades de Juazeiro e Petrolina. Dentre as estratégias do plano, estariam a valorização das belezas naturais da região, além das iguarias da culinária local, somadas ao consumo dos vinhos locais. Ainda de acordo com a Secretaria de Turismo do estado, atualmente o Vale do São Francisco ainda não assumiu a posição no roteiro oficial dos apreciadores da bebida, mas está batalhando pelo posto.
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