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Parque tecnológico baiano inicia atividades
- 04/07/2012Investimento do governo para instalação do empreendimento chega a R$ 105 milhões. Objetivo é alavancar as pesquisas no estado.
Priscila Machado
Nove empresas selecionadas para atuar no Parque Tecnológico baiano já iniciaram atividades no local. As empresas estão abrigadas no Tecnocentro, prédio central do espaço, localizado na Avenida Paralela. Essas empresas buscam elaborar produtos de base tecnológica, entre eles, a criação de novos sistemas de informação.
Apesar do funcionamento da incubadora, ainda não há uma data exata para a inauguração do parque. De acordo com a Secretaria de Ciência Tecnologia e Inovação (Secti), responsável pelo projeto do empreendimento, a previsão é de que a inauguração ocorra ainda neste mês de julho.
O Parque Tecnológico da Bahia teve as obras iniciadas em 2008. A iniciativa tem como meta alavancar as pesquisas no estado, uma vez que esse projeto reúne o setor público, o privado e o acadêmico em um único espaço. “Esse é um bom avanço para o desenvolvimento local”, afirma o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), João Steiner.
Em uma pesquisa do Instituto de Estudos Avançados da USP, Steiner constatou que o país possui boa capacidade de geração de conhecimento, entretanto não consegue usar esse conhecimento em geração de riquezas. Para Steiner, uma vez bem organizados, os parques tecnológicos têm, justamente, essa função.
Histórico – O Parque Tecnológico de São Carlos foi o primeiro a ser implantado no Brasil, em 2005, apesar de ter sido planejado desde 1987. Atualmente, de acordo com Carlos Augusto Borges, que já atuou na direção da Secti e foi um dos idealizadores do projeto do parque, as regiões Sul e Sudeste do país contam com 17 parques tecnológicos. Já as regiões Norte/Nordeste e Centro-Oeste contam apenas com cinco parques, sendo que até o momento, não havia nenhum implantado na Bahia.
O grande diferencial do parque para as demais instituições de pesquisa, é que através desse empreendimento, o governo financia e apoia as pesquisas aplicadas diretamente em empresas privadas. Se na universidade as pesquisas são realizadas de forma isolada das empresas, nos parques elas são desenvolvidas em conjunto.
Até agora, segundo a Secti, já foram investidos na infraestrutura e na construção do parque baiano aproximadamente R$ 55 milhões e há previsão de que sejam investidos mais R$ 50 milhões na implantação de equipamentos dinamizadores.
Controvérsias – Para o pesquisador Asher Kiperstock, do grupo de pesquisa Rede de Tecnologia Limpa, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o projeto do parque deveria dar preferência a uma construção sustentável. “Não adianta muito contar com um parque ambiental no projeto e não demonstrar preocupações com a sustentabilidade na construção dos prédios”, afirma.
O parque já teve as obras embargadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), em 2009, devido às supostas irregularidades. Além disso, o Ibama estabeleceu uma multa de R$ 2 milhões contra o governo baiano, por entender que as obras do Parque Tecnológico tiveram início antes da emissão da devida licença ambiental. A multa foi suspensa após a Secti ter recorrido à justiça.