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Pituaçu é pioneiro em geração de energia solar em estádios na América Latina

- 14/05/2012

Panorâmica do estádio de Pituaçu | Crédito: Shirley Stolze/Divulgação

Com o projeto Pituaçu Solar, o estádio tornou-se autossuficiente na produção de energia limpa, gerando uma economia anual de R$ 120 mil.

Tarsilla Soares e Vanessa Caldeira

Aprovado desde 2009 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi inaugurado em abril de 2012 o sistema de geração de energia solar fotovoltaico do Estádio Roberto Santos, mais conhecido como Pituaçu, que por sua vez se tornou o primeiro da América Latina autossuficiente em geração de energia a partir desse tipo de tecnologia. O projeto faz parte do Programa de Eficiência Energética da Coelba , foi desenvolvido pela concessionária em parceria com Governo do Estado da Bahia e contou com o apoio técnico da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, da Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentável (Giz), e com apoio institucional do Instituto para Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina – IDEAL.

Placas de silício para captação dos raios solares, instaladas no estádio de Pituaçu | Crédito: Shirley Stolze

Para que Pituaçu se tornasse o pioneiro no uso de energia solar na América Latina e exemplo de sustentabilidade, foi necessário um alto investimento custeado pela Coelba com R$ 3,8 milhões e pelo Governo da Bahia com R$ 1,7 milhões, totalizando R$ 5,5 milhões. O estádio economizará cerca de R$ 120 mil por ano, o que parece pouco se pensarmos no investimento, porém sua capacidade de geração de energia será maior que o seu consumo, tendo um aproveitamento do excedente.

Isso vai acontecer da seguinte forma: Pituaçu consome cerca de 360 MWh por ano e o novo sistema de geração de energia do estádio tem capacidade para gerar  630 megawatts-hora anuais (MWh/ano) – que equivale ao abastecimento de 525 residências –  o excedente, 270 MWh/ano, será utilizado para compensar o consumo de energia elétrica da sede da Secretaria Estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Sertre).  Essa compensação é possível por conta da nova regulamentação da Aneel que criou o Sistema de Compensação de Energia, a fim de facilitar o uso de energias limpas. De acordo com comunicado oficial do orgão, o novo sistema permite que uma unidade geradora instalada produza energia e o que não for consumido por ela seja injetado no sistema da distribuidora (nesse caso a Coelba), que utilizará o excedente produzido em uma de suas instalações para reduzir a fatura de outra unidade.

Uma das estruturas de painéis solares do estádio | Crédito: Manu Dias (Secom-Ba)

Mesmo com toda a história do estádio, inaugurado na década de 70, e sua importância para a Bahia, há questionamentos por que o investimento foi feito em Pituaçu e não na Arena Fonte Nova, já que será um dos estádios sede da copa 2014? De acordo com o engenheiro responsável pela instalação do sistema de geração de energia solar fotovoltaico, Daniel Sarmento, o projeto havia sido aprovado desde 2009 e a ideia era desenvolvê-lo de imediato, mas para isso precisava-se de um estádio pronto e em funcionamento para que a tecnologia fosse aplicada e utilizada imediatamente. Como a Arena Fonte Nova estava na fase inicial de construção, inviabiliza a implantação no local. Além disso, Pituaçu atendia a todos os pré-requisitos, como a sua gestão realizada pelo governo estadual, por exemplo.

Ainda de acordo com Sarmento, existia o interesse em estender a aplicação da tecnologia do sistema fotovoltaico também à Arena Fonte Nova. Foram feitos contatos com a empresa Odebrecht, que está executando as obras e será gestora da Arena, porém com o projeto atual a nova cobertura do estádio não comportaria as placas de captação dos raios solares, tornando inviável sua aplicação.

Veja abaixo a videorreportagem de Jhonatã Gabriel, disponível no site oficial da Secretaria de Comunicação do Governo do Estado, sobre a implantação do projeto e sua importância para a Bahia.


 

 

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