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Por que anunciar em blogs?

Empresários de Salvador apostam em blogs de moda como meios de divulgação com visibilidade crescente junto ao seu público alvo 

Luana Oliveira e Tayse Argôlo

O mercado de investimento nos blogs de moda tem crescido em Salvador, ainda que timidamente quando comparado ao resto do país. De acordo com a pesquisa divulgada pelo Ibope, só no último ano, as mulheres representaram 59% dos consumidores de moda online. Acreditando neste público, muitas empresas apostam na blogosfera como um meio mais eficaz para chegar aos consumidores.

O assessor de imprensa e editor-chefe do blog Vapor Baiano, Marcelo Fontes, afirma que já há uma mudança no pensamento do empresariado soteropolitano. “Os clientes conectados com o mundo online já têm a iniciativa de procurar por blogs para divulgação de produtos ou marcas”. Larissa Barreto, executiva de contas da Agência de Textos, reforça essa mudança, garantindo que os blogueiros fazem parte do mailing da assessoria. Para ela, os assuntos divulgados nos blogs têm uma ótima repercussão, ” já que os blogueiros possuem forte influência junto público, além de grande credibilidade, leitores fieis e um alto índice de visualização do conteúdo”. Para Vinicius Santos, coordenador do Núcleo Digital da Agência Ponto K Comunicação Criativa o novo cenário cria oportunidades. “É aí que surgem as agências, que têm interesse em vender um produto a um público alvo, e logo procuram os blogs para as chamadas parcerias”.

A empresária Suzette Imbiriba aposta no poder de venda do look do dia. Foto: Tayse Argôlo

O empresariado aposta – Uma das sócias da loja de acessórios Mais Bonita, Suzette Imbiriba, tem os blogs de moda como os principais canais de divulgação para seus produtos. “Nós temos a loja há quase cinco anos e não investimos em propaganda nos meios como TV, rádio, outdoor… Trabalhamos apenas com parcerias, e no caso dos blogs, é um investimento no público certo!”, afirma. Sobre o trabalho das blogueiras, Suzette se sente satisfeita enquanto empresária, “eu tenho interesse que a blogueira se identifique com meu produto e que mesmo que ela não faça um post sobre minha loja, que ela use meus acessórios e divulgue para o hall de amizade dela. Tem muito cliente que vem para cá só porque viu nos blogs de moda”, conta.

A empresária Sandra Magalhães, uma das franqueadas Colcci na Bahia, acredita que fazer divulgação nos blogs tem um retorno mais eficaz para a empresa do que nos meios de comunicação tradicionais. “O retorno da divulgação com blogueiras é muito mais rápido do que de um editorial, por exemplo. Se você der uma notinha em um impresso, a pessoa vai passar a folha e pronto. Nos blogs, não. Se o público está ali, é porque quer consumir moda”. Entretanto, Suzette chama a atenção do empresariado para a qualidade dos blogs de moda: “Tem muita coisa ruim nos sites, com conteúdo fraco. Cabe ao empresário pesquisar e ver onde investir seu dinheiro”.

Com visão empreendedora, Sandra Magalhães diz que respira blogueiras. Foto: Tayse Argôlo

O público acredita – O fato de a “blogueira ser uma menina normal, que é referência para os leitores comuns”, como explica a editora de moda Gabriela Cruz, faz delas conselheiras de comportamento e de compras para as suas leitoras.Por isso, os blogs viram meios mais rápidos de divulgação entre as marcas e o público. Fã incondicional de blogs, a estudante de Medicina,Raíssa Bastos, 22, afirma que já comprou produtos que viu em um blog, mas que fez isso porque se identificou com ele. “Ou seja, se visse em uma loja e nunca tivesse visto no blog, também compraria”, conta.

A professora Polyana Silva, 23, acessa o blog baiano Armário de Madame pelo menos três vezes na semana, e confia na opinião da blogueira. “Ela é verdadeira no que diz e eu compro várias das coisas que ela mostra e testa”. Já a estudante universitária, Carolina Macêdo, 22, explica que também já comprou produtos que viu em blogs, mas que não sai comprando qualquer coisa. “Acho que é importante a gente saber filtrar e não acreditar em tudo que as blogueiras vão falando por aí. Nunca comprei uma coisa só porque uma blogueira indicou, mas já comprei coisas em sites de internet, por exemplo, que elas apontaram como confiáveis, porque acredito na credibilidade delas”.