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Projeções urbanas na noite de Salvador

- 15/07/2013

Proposta do Olhos da Rua é exibir fotografias em espaços pouco usuais, para quem passa pela rua 

Daniele Rodrigues e Wendell Wagner 

Mesa de bar e uma cervejinha com os amigos… A desculpa? Apreciar o trabalho de fotógrafos profissionais e amadores que encontram, desde fevereiro de 2011, mensalmente, um espaço para mostrar suas fotografias no evento Olhos da Rua. O projeto tem como propósito utilizar espaços urbanos para exibir imagens, reunir fotógrafos, estudantes, apreciadores e, principalmente, conquistar o público que transita pelo local, já que as fotos são projetadas para que os passantes possam também apreciar o material.

Realizado de forma itinerante, acontece sempre na última terça-feira de cada mês de 20 às 22 horas.  A próxima edição será dia 30 de julho na Biblioteca Pública do Estado, nos Barris. O evento já foi abrigado nos bairros do Comércio, Santo Antônio Além do Carmo e na Barra.

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Vídeo produzido por Henrique Duarte, Natália Reis, Rafael Raña e Wendell Wagner para o Jornal Laboratório 360º, da Disciplina Oficina de Telejornalismo COM 125, ministrada pela professora Simone Bortoliero. Facom – UFBA.

Originalmente idealizado pelo fotógrafo Élcio Carriço, o projeto foi acolhido e hoje é produzido pelo Laboratório de Fotografia da Faculdade de Comunicação da UFBA (Labfoto), pelo Instituto Casa da Photografia e agregado ao Tuesday Autonomus Zone (TAZ), um grupo de DJs que se reúne para tocar trilhas sonoras temáticas.  “A ideia surgiu da necessidade de criar um espaço para a fotografia que possa agregar e trazer para a rua o trabalho de vários fotógrafos, pois a cada dia há menos lugares destinados a essa arte em Salvador, como galerias e museus, além de ser muito difícil montar exposições nesses lugares”, afirma Carriço.

O fotógrafo Allan Lusttosa não esconde o carinho pelo projeto e acrescenta que o evento estimula também a produção, já que é um espaço de visibilidade para quem não o teria em galerias. Segundo ele, “fortalece laços, cria unidade, fomenta a produção e de certa maneira é um ato de romper com a lógica de galeria enquanto espaço fechado e isso aproxima o artista do público”.

Olhares não profissionais – Depoimentos como o do professor de Direito, Valter Almeida, demonstram o objetivo do projeto se concretizando. Atraído primeiramente pelo ambiente agradável e pelos amigos fotógrafos, ele enxerga no fato de trazer a arte para rua não só um sentido estético, mas também político. A partir dos trabalhos vistos e admirados, Valter resolveu por a mão na massa e também fotografar.

“Certa vez, em casa, peguei meu celular e comecei a pensar sobre a proposta da apresentação, que se não me engano era luz. Procurei o conceito, o que significava pra mim e com uma câmera de celular tentei captar isso”, conta o professor. Seu trabalho foi selecionado, dando assim ânimo para continuar envolvido com a fotografia. Hoje Valter é um dos organizadores de um projeto que estimula produção artística na cidade de Santo Antônio de Jesus, sua cidade natal.

As imagens exibidas são selecionadas por uma curadoria de acordo com um tema previamente estabelecido pela comissão organizadora ou sugerido pelo público como Iemanjá, Gente, Salvador, Fé, Fotojornalismo e Tema Livre. São recebidas de 500 a 600 imagens por edição, com participação média de 60 fotógrafos, baianos em sua maioria, além de artistas de outros estados e países. Cada fotógrafo pode enviar até dez imagens por e-mail dentro das especificações exigidas. Para os que perderam alguma edição ou querem rever algum trabalho, as projeções exibidas mensalmente são publicadas posteriormente pelo Vimeo.

Olhos da Rua 8 – Luz (26/07/2011) from Labfoto on Vimeo.

Novas projeções – Nas últimas edições o público tem caído, assim como o envio de fotos. Contudo, como afirma o professor Rodrigo Rossoni, um dos organizadores do projeto e coordenador do Labfoto, existe a necessidade de renovar o evento sempre. “O Olhos é um projeto com muita potência, já que falta em Salvador um espaço para o encontro de fotógrafos, para trocar ideias e experiências. Mas para se manter vivo é importante se reconfigurar, agregar mais elementos”. Para isso, as próximas edições prometem novidades.

Já na edição desse mês de julho, o evento se muda mais uma vez, agora para a Biblioteca Pública dos Barris. Graças à parceria com a Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Dimas/FUNCEB), as fotos serão projetadas diretamente no prédio, dando assim grande visibilidade às imagens, além de resgatar a ideia inicial de unir arquitetura e fotografia”.  Busca-se também ampliar a integração entre linguagens artísticas, além do já parceiro, o DJ Marcos Rodrigues, que toma conta da música do evento, existe o desejo de trazer artistas da dança, do teatro, dentre outros.

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