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Redações em tempos de Copa
- 26/05/2014Jornalistas de Salvador se preparam para a cobertura da Copa do Mundo
Cláudio Jansen e Emile Conceição
O Brasil está às vésperas de sediar, pela segunda vez, a Copa do Mundo de Futebol da Fifa. A primeira experiência aconteceu em 1950, quando o Uruguai foi campeão da competição, deixando a seleção brasileira como vice, no famoso Maracanaço. Em 2014, o evento acontecerá dos dias 12 de junho até 13 de julho, e trará ao solo brasileiro toda a imprensa mundial.
Algumas das empresas jornalísticas de Salvador disseram ainda não possuir planejamento para a cobertura do mundial ou não quiseram divulgar informações. Porém, asseguram que devido à importância do evento devem fazer matérias ao menos genéricas a respeito do tema. “Provavelmente será como na Copa das Confederações, pelo menos no Massa!, que, todos os dias, no caderno de esporte trazia 12 páginas. Deve ser assim este ano, mas não há nada confirmado”, especula Anderson Ramos, repórter do jornal A Tarde.
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Copa em todas as editorias
De acordo com Silvana Oliveira, diretora de jornalismo da Band News FM, a rádio não possui editorias definidas, por isso todos os jornalistas estarão envolvidos na cobertura da Copa. “Estaremos especialmente voltados para a cobertura do mundial em suas mais amplas vertentes, desde o futebol à mobilidade, passando pelo impacto turístico, a relação com os estrangeiros e a receptividade da cidade à Copa”, explica.
O jornal Correio* terá repórteres cobrindo os jogos que acontecerão em outros estados. “O produtor executivo, Oscar Valporto, e o repórter Marcelo Santana vão viajar para as cidades onde os jogos estarão acontecendo. O Marcelo cuidará da seleção brasileira e o Oscar, das estrelas da Copa”, diz Linda Bezerra, coordenadora de produção do Correio*.
A coordenadora explica que toda a rotina da redação será alterada por causa da Copa do Mundo. Todas as editorias estarão mobilizadas nessa cobertura, inclusive, a partir de junho a parte de esportes irá para o início do jornal, como já acontece às segundas-feiras. “No mínimo, metade do jornal vai ser dedicado à Copa”, acrescenta.
Uma mudança um pouco inusitada, mas coerente, também ocorrerá no Correio* durante o mundial. Eduardo Rocha, editor do caderno de esporte será, temporariamente, um dos coordenadores de redação. “A coordenação da produção será concentrada no Eduardo, já que é ele quem responde por esportes no jornal e é muito competente no que faz. Eu coordenarei a abertura do jornal, com o apoio dele, e ele o fechamento”, explica Linda.
As possíveis manifestações foram recorrentes nos depoimentos dos jornalistas entrevistados. Segundo Silvana Oliveira, novas ocorrências, como as que aconteceram durante a Copa das Confederações, fazem parte das preocupações da imprensa local. “Não podemos fazer o planejamento [da cobertura da Copa] sem avaliar essa possibilidade. Por isso, há treinamento para a cobertura dos repórteres em grandes manifestações”, afirma.
“Como Copa do Mundo não é só futebol, nós teremos espaço para a cobertura das manifestações. Estamos preparando uma equipe e organizando escalas de trabalho. Até porque, na experiência que tivemos com a Copa das confederações houve um momento em que o mundial ficou em segundo plano”, diz Linda Bezerra.
Cobertura televisiva – O fato de os veículos jornalísticos da Rede Globo e da Band terem a exclusividade da transmissão dos jogos da Copa do Mundo da Fifa de 2014, participação em coletivas de imprensa, desembarque de jogadores, entre outras atividades oficiais da Federação Internacional de Futebol (FIFA), limita as coberturas pelas demais empresas. As televisões são as mais afetadas, pois têm as imagens como carro-chefe.
“O direito de exibição da Copa é da Globo. O nacional vai ter autorização de mostrar uns minutinhos, talvez os gols em um dos jornais. E TV é imagem, sem o que mostrar não tem cobertura”, desabafa Daniela Cunha, repórter da Record Bahia.
Daniela diz ainda a cobertura na empresa será mais genérica que devido a essa restrição, atendo-se a fatos relacionados à cidade. “No local é mais cobertura factual em si. Como protestos que provavelmente irão existir, engarrafamentos, qualquer coisa que aconteça e tenha ligação com a Copa. Mas não existe nenhum planejamento”, diz.
“Nós poderemos cobrir matérias relacionadas a eventos não-FIFA, que são os não-oficiais. Como treinos de algumas seleções. Nós podemos nos cadastrar antecipadamente e fazer a cobertura”, explica Pedro Thomé, produtor do programa No Campo do 4.
De acordo com Pedro, a única mudança prevista até o momento para o programa da TV Aratu será o acréscimo de um horário extra com informações gerais dos acontecimentos a respeito do mundial. “Além do programa habitual, que o ano inteiro é exibido às 19h30, teremos um horário extra de programação, que provavelmente será pela manhã”, diz.