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Tatuagem ainda é associada com a marginalidade
- 12/12/2011
Relação é enfatizada por programas de jornalismo popular
Por Carol Aquino e Marilúcia Leal
As tatuagens podem representar identidades de grupos de indivíduos que compartilham dos mesmos ideais e referências, segundo nota enviada pela Polícia Civil à reportagem do Impressão Digital 126 sobre a importância desses símbolos para as investigações policiais. Se
por um lado a mídia contribuiu para a popularização e maior aceitação das pinturas ao retratá-las em novelas, filmes e seriados, por outro programas específicos de cunho policial, como os que temos na Bahia – Na Mira e Se Liga Bocão – acaba por reforçar o forte traço do preconceito e associação à marginalidade. Essa relação é destacada pela professora da Faculdade de Comunicação da UFBA e tatuada, Malu Fontes. “Os programas populares quando mostram os supostos criminosos sempre focam as tatuagens, como se aquilo fosse signo do crime.”
São muitos os mitos que circulam no imaginário social e eles acabam por rotular determinadas formas e imagens. O desenho de uma carpa, por exemplo, é associada à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), enquanto o de uma índia pode revelar envolvimento com assassinato de policiais. “A pessoa que tem um desenho desses, muitas vezes, nem imagina que esse tipo de relação está sendo feita”, apontaMalu, que tem várias tatuagens nos braços e pernas. Apesar das grandes e numerosas estampas, ela diz que nunca sofreu preconceito por causa delas, o que credita ao fato de trabalhar em um ambiente mais liberal, a universidade.
Identificação – De acordo com a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil da Bahia, apesar de não trabalhar baseada em tais crenças, os tipos de tatuagens podem ajudar na identificação dos criminosos. “O que é feito é um acompanhamento e registro de determinadas pinturas, a fim de identificarem semelhanças nos traços e desenhos” afirma.
O órgão acrescenta ainda como essa característica é relevante no processo de apuração dos crimes. “A tatuagem é muito importante para o trabalho de investigação no exercício da atividade de polícia judiciária, uma vez que se trata de característica que permite muitas vezes a identificação de indivíduos. O processo de descrição de pessoas passa por características como sexo, compleição, idade, altura, peso e particularidades, como a existência de tatuagens.”
Para o tatuador Alf, o fato de ter a pintura no corpo não aproxima criminosos de não criminosos. “Há muitas diferenças entre a tatuagem artística e a de cadeia. Entre elas os traços, o material utilizado, as formas. Numa pintura artística fica evidente a preocupação com a utilização do espaço, a combinação de cores, a perfeição do desenho”.
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