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Um horizonte de mudanças
- 11/06/2011Para coordenadora do DCE da Ufba, período é “mais frutífero” para o movimento estudantil em universidade particulares. Mas a luta deveria ser outra.
Por Felipe Campos
Com a alma otimista de uma verdadeira política em exercício de seu cargo, a coordenadora do DCE da Ufba, Tâmara Terso, prefere não polemizar quando comenta sobre colegas de militância de instituições privadas. Embora admita as limitações que existam em fazer política nesses locais, Tâmara afirma que a apatia já foi pior, e que em congressos e encontros de representantes é cada vez mais presente o número de militantes do ensino privado.
“Já foi muito pior esse quadro. Hoje a gente já vê algumas alternativas surgindo. E essa própria questão de uma nova cultura. Hoje, nos congressos nacionais, há uma presença muito maior de universidades particulares. Isso mostra que, apesar de, obviamente, o movimento ainda ser difícil de ser organizado, o período de hoje é muito frutífero em relação a outras épocas”, esclarece.
Tâmara justifica o distanciamento pela falta de dois fatores que considera como fundamentais na formação de um graduando. “São três pilares essenciais: ensino, pesquisa e a extensão. No privado é diferente. É focado no ensino para formar profissionais de mercado. Ficam só no ensino. Os alunos públicos acabam tendo essa vivência maior e isso aguça o senso crítico do estudante. Poucas universidades privadas fomentam pesquisa e extensão”, lamenta.
Ela também cita a desregulamentação de universidades privadas que cada vez mais recebem investimento de multinacionais do ensino. “O MEC não tem soberania para pautar essas universidades”, comenta.
Recentemente, em Salvador, duas instituições de ensino foram compradas por grupos estrangeiros (Unifacs pela Rede Laureate International Universities e a Unijorge pela Fanor – Faculdades Nordeste). Para Tâmara, maior do que qualquer questão de gastos com fotocópias, festas e descontos de mensalidade, esta deveria ser a verdadeira pauta a ser combatida pela militância do ensino privado. “Isso vem ferindo o princípio da educação no Brasil e é o que tem que ser lutado”, ensina.
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