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Uneb oferece orientação gratuita para quem sofre com enxaqueca
- 15/07/2013Projeto tem como objetivo a realização de análise no seguimento fármaco-terapêutico dos pacientes com idade a partir dos 18 anos
Miriane Oliveira
Criado em 2011, o Projeto de Pesquisa de Atenção Farmacêutica ao Portador da Enxaqueca desenvolvido no Departamento de Ciências da Vida (DCV) do Campus I da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Salvador, oferece acompanhamento gratuito no seguimento fármaco-terapêutico a pacientes portadores de enxaqueca, doença que afeta 15,2% da população brasileira, segundo estudo epidemiológico realizado pela Sociedade Brasileira de Cefaleia. Para participar desta iniciativa, é preciso ter, no mínimo, 18 anos de idade, possuir diagnóstico clínico da doença e ter apresentado pelos menos uma crise nos últimos três meses, como salientado pela coordenadora do projeto, Ana Patrícia Queiroz, que explica como funciona a avaliação. “O método de diagnóstico do projeto é feito por uma equipe farmacêutica que utiliza um raciocínio clínico específico para identificar, solucionar e prevenir problemas relacionados ao uso de medicamentos”.
Em sua segunda consulta, a professora Valkíria Credidio, 53, relatou já a ausência de crise, apenas com as dicas ouvidas na consulta de triagem. Afastada das suas atividades como professora desde o primeiro semestre deste ano, por causa da doença, Valkíria afirmou que passou a sentir a enxaqueca há quatro anos, mesmo período em que surgiram os sintomas da menopausa – que se intensificaram há dois anos. “São dores constantes, eu vomito, passo mal e tenho tontura”, conta a professora. Para ela, que sente tantas dores, analgésicos comuns já não fazem mais efeito e, nos momentos de crise, comumente, precisa recorrer a atendimento de emergência para poder medicar-se e aliviar a dor e o estado de enjoo. A enxaqueca atrapalhava todas as suas atividades rotineiras, desde ligar o computador ou assistir a televisão.
O aposentado Pedro Cerqueira dos Santos, 70, conta que sofre com dor na nuca há 20 anos. Durante o dia, a dor sentida pelo carpinteiro é aliviada por conta das atividades diárias, mas a noite intensifica-se. Em sua primeira ida ao centro médico, o aposentado disse que já havia passado por uma consulta médica com o neurologista, mas alegou que a medicação usada não estava ajudando. “O neuro passou uma medicação que, ao invés de melhorar, piorou”, relata Pedro Cerqueira, que alega que as dores de cabeça se intensificaram há um ano.
Cuidado multidisciplinar – Além de farmacêuticas, o projeto conta atualmente com três profissionais voluntários: nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta. Os pacientes são encaminhados para estes profissionais de acordo com as necessidades específicas, como a ocorrência de outras doenças além da enxaqueca. O Projeto de Atenção Farmacêutica da Uneb atendeu, aproximadamente, 40 pacientes, entre julho de 2011 e agosto do ano passado. Dentre os atendimentos, 98% foram do sexo feminino. De todos os pacientes atendidos, 55% estavam na faixa etária de 21 a 40 anos de idade.
Os pacientes participantes do projeto são acompanhados por, no mínimo, seis meses como a disse a professora Mila Palma, farmacêutica que atende no projeto. “O paciente é avaliado no tempo zero, é avaliado no tempo de três meses, no mínimo, e ele tem que ser reavaliado com três e seis meses. Se, na nossa avaliação, for identificada a necessidade de uma frequência maior de retorno do paciente, então a gente faz”.
Serviço
Projeto de Pesquisa de Atenção Farmacêutica ao Portador da Enxaqueca, da Uneb;
Rua Silveira Martins, 2555, Cabula. Salvador. Tel: (71) 3117-2200
Atendimentos às segundas, terças, quintas e sextas;
Informações: livredaenxaqueca@yahoo.com.br
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